Tecido que “mata” coronavírus? Será que funciona?

9 set 2020

Que as máscaras viraram ganharam um espaço importante em nosso guarda-roupa e que esse hábito deve nos acompanhar por um bom tempo, todos já sabemos. Mas as pesquisas avançam e a novidade da indústria têxtil agora são as roupas para nos proteger contra o coronavírus. E já estão em testes.

Mas será que tecido contra coronavírus realmente funciona?

Especialistas pedem cautela.

De acordo com publicação no site UOL, há diferenças nos materiais usados por cada fabricante, mas todos eles usam a mesma lógica: colocam na estrutura do tecido materiais capazes de destruir as camadas protetoras do coronavírus, da mesma forma que o sabão ou álcool em gel.

Mas servem só para proteção individual, e não para esterilizar ambientes contaminados.

Um exemplo adotado por várias grifes é o fio de poliamida Amni Virus-Bac OFF, da Rhodia. Ele promete neutralizar diversas bactérias e vírus, inclusive os envelopados, como os da Covid-19, Sars, Mers, influenza e herpes.

O agente antiviral do tecido é composto por diversas substâncias, incluindo íons de prata —metal com propriedades antibacterianas. Ele causa uma afinidade eletrônica (um tipo de fenômeno físico-químico) que rompe o envelope de gordura do vírus e neutraliza suas regiões externas de proteína (as “coroas” que ancoram nas células humanas).

O diferencial do produto seria conter as substâncias antivirais dentro da própria fibra do tecido — isto é, mesmo se a peça for lavada ou sofrer atrito, a empresa diz que a proteção continua.

Outras empresas, lavam o tecido com produtos químicos utilizando materiais protetores. O problema é que com a lavagem a proteção vai diminuindo.

Outras empresas também fazem estudos, mas ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia dos produtos utilizados e testes que, no caso de covid, precisam ser feitos em laboratórios específicos pouquíssimos habilitados no mundo.

Esses tecidos não receberam certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) porque ela é necessária apenas no caso de itens para uso médico e hospitalar produzidos com os tecidos. Assim, produtos de uso casual são liberados.

Se você estiver usando uma blusa com o fio da Rhodia e, por exemplo, encostar o braço em uma superfície contaminada, o vírus é inativado. Mas não é um tecido ativo, em que você pode esfregá-lo em uma mesa para higienizá-la completamente. Afinal, ele não foi pensado como um produto de limpeza – como, por exemplo, um líquido que entraria em todas as frestas e porosidades das superfícies.

(Fonte: UOL)