Coca-Cola e o Processo de Plágio

25 mar 2025

Quando pensamos em marcas mundialmente reconhecidas, uma das primeiras que vem à mente é a Coca-Cola. Sinônimo de sucesso, inovação e poder de mercado, a marca, no entanto, também já se envolveu em um polêmico caso jurídico sobre plágio. Isso aconteceu em 2014, quando a Coca-Cola enfrentou um processo contra uma marca brasileira que lançou um produto muito similar ao seu, gerando uma disputa judicial que culminou em uma derrota para a gigante do refrigerante.

Coca-Cola Life x Fors Cola Life

A Coca-Cola é uma das maiores e mais tradicionais empresas do mundo. É uma marca que constantemente busca maneiras de renovar seu portfólio para atender a novos padrões de consumo. Em 2014, a Coca-Cola lançou no Brasil um novo produto, a Coca-Cola Life, uma versão mais saudável do refrigerante tradicional, adoçada com stevia, um adoçante natural. Para diferenciar o produto, a Coca-Cola apostou em um design de embalagem verde, uma cor associada à ideia de “vida saudável”, e usou o nome “Life” para transmitir essa mensagem.

No entanto, meses depois, uma marca brasileira chamada Fors, conhecida pela produção de refrigerantes regionais, lançou o Fors Cola Life, que apresentava um design de embalagem extremamente semelhante ao da Coca-Cola Life. O nome “Fors Cola Life” também incluía a palavra “Life”, e o rótulo era majoritariamente verde, o que gerou uma grande semelhança com o produto da gigante americana.

A Coca-Cola, entendendo que sua marca estava sendo imitada de forma indevida, entrou com um processo judicial contra a Fors, acusando a empresa brasileira de plágio. Para a Coca-Cola, a utilização do nome “Life” e a cor verde nas embalagens configuravam uma violação de sua propriedade intelectual, principalmente porque a empresa acreditava que o design e o conceito da Coca-Cola Life eram exclusivos.

A Ação Judicial

Em 2014, a Coca-Cola entrou com uma ação na justiça contra a Fors, exigindo que a marca brasileira retirasse o produto de circulação e parasse de usar a embalagem e nome semelhantes. A Coca-Cola alegava que o design da embalagem e a escolha da palavra “Life” estavam fortemente associados à sua identidade visual e que a Fors estava tentando se aproveitar da notoriedade de sua marca para vender seu próprio produto, prejudicando o reconhecimento da Coca-Cola Life no mercado.

O tribunal de primeira instância, em um primeiro momento, deu razão à Coca-Cola e determinou que a Fors retirasse o produto de circulação. A decisão apontava que o uso do nome e da embalagem semelhantes poderia gerar confusão no consumidor, levando-o a acreditar que estava adquirindo um produto da Coca-Cola, quando, na verdade, estava comprando um refrigerante da Fors.

A Reviravolta: A Vitória da Fors Cola

A disputa não acabou por aí. A Fors, insatisfeita com a decisão da justiça, recorreu da sentença, e o caso foi para um tribunal de segunda instância. Em 2015, o tribunal reavaliou o caso e surpreendeu a todos ao dar a vitória à Fors. A decisão foi um divisor de águas, pois o tribunal concluiu que não havia elementos suficientes para caracterizar o plágio.

O juiz argumentou que a Coca-Cola não tinha exclusividade sobre a cor verde nem sobre o uso da palavra “Life”. Essas, por serem palavras de uso comum e cores amplamente associadas à ideia de saúde e bem-estar, não poderiam ser consideradas exclusivas da Coca-Cola. A decisão do tribunal de segunda instância foi, portanto, favorável à Fors, e a Coca-Cola perdeu a ação, sendo obrigada a aceitar que a Fors pudesse continuar vendendo o produto com o nome e embalagem semelhantes.

O Que Podemos Aprender com Esse Caso?

Este caso deixa claro que nem todos os elementos de um produto são protegidos por patentes ou marcas registradas. No mundo dos negócios, as marcas e patentes são fundamentais para proteger inovações, mas também existem limites. A cor verde, por exemplo, não é exclusiva da Coca-Cola, assim como a palavra “Life” é um termo genérico que pode ser utilizado por outras empresas. O tribunal entendeu que essas características não eram suficientes para caracterizar o plágio.

Embora a Coca-Cola tenha uma marca consolidada, a empresa precisou compreender que a proteção legal tem limitações, especialmente quando se trata de elementos genéricos ou comuns. Para quem está começando a empreender, é essencial entender a natureza da proteção que sua marca ou produto possui.O sucesso de uma marca não depende apenas de uma embalagem ou nome, mas de como ela comunica seus valores e se conecta com seus consumidores.

Conclusão

Esse caso é um exemplo claro de como as disputas legais podem surgir quando se trata de proteção de marcas e patentes. Ele nos ensina que a propriedade intelectual tem limites, e que não podemos simplesmente acreditar que a nossa marca está totalmente protegida sem uma análise detalhada do que estamos tentando registrar. Além disso, a vitória da Fors mostra que o mercado não é apenas dominado por grandes corporações, mas que é possível para marcas menores conquistarem seu espaço.

Se você também tem uma marca ou produto e deseja entender melhor como proteger sua propriedade intelectual, a PA Produtores Associados Marcas e Patentes pode te ajudar a garantir que suas inovações estejam seguras. Afinal, proteger a sua marca é garantir que você terá o controle sobre ela no mercado.