Como não infringir o direito autoral ao criar conteúdo para a internet

17 jun 2025

Você já teve aquela ideia brilhante para um post, vídeo ou campanha, mas ficou com medo de usar uma imagem, música ou frase famosa e acabar entrando numa encrenca? Pois é. Isso entra no ramo do direito autoral.

Vamos explicar de forma simples o que é o direito autoral, quais tipos de obras são protegidas, o que pode ou não ser usado e como você pode criar conteúdo original sem pisar no calo de ninguém.

O que é o direito autoral?

Direito autoral (ou direito do autor) é o conjunto de leis que protege tudo aquilo que alguém cria: textos, músicas, imagens, filmes, desenhos, programas de computador, entre outros. Em outras palavras, é a forma que a lei encontrou de garantir que o criador de uma obra receba o crédito e, se for o caso, a remuneração pelo uso dela.

Sabe aquela música que você ouve no Spotify ou aquele livro que você compra na livraria? Todos eles têm um autor por trás e os direitos dele estão garantidos por lei.

No Brasil, o direito autoral é regulamentado pela Lei nº 9.610/1998. Essa lei garante que só o autor (ou alguém que ele autorize) possa usar, copiar, distribuir ou modificar a obra.

O que pode ser protegido por direitos autorais?

Muita coisa pode ser protegida, desde que seja fruto da criatividade de alguém. A lei fala que são protegidas “as criações do espírito”. Isso inclui:

  • Textos (artigos, livros, roteiros, posts de blog, etc.);
  • Músicas (letras, melodias, arranjos);
  • Desenhos, pinturas, esculturas;
  • Fotografias e imagens;
  • Filmes e vídeos;
  • Peças teatrais;
  • Discursos e palestras;
  • Software e aplicativos;
  • Obras arquitetônicas;
  • Obras audiovisuais em geral.

Ou seja, praticamente tudo que é criado com originalidade e que possa ser reproduzido ou divulgado.

Usar uma obra sem permissão pode dar problema?

Usar uma música, imagem, texto ou qualquer obra protegida sem a devida autorização, pode ser considerado violação de direito autoral, o que pode levar a processos judiciais, pagamento de indenizações e até retirada do conteúdo do ar.

As plataformas digitais (como YouTube, Instagram e TikTok) levam isso a sério. Elas têm ferramentas automáticas que detectam uso de conteúdo protegido e podem bloquear, derrubar ou monetizar o vídeo a favor do autor original.

E se der os créditos, pode usar?

Infelizmente, dar os créditos não resolve. Muita gente acha que basta colocar “créditos ao autor” que está tudo certo. Mas a verdade é que o uso da obra só pode ser feito com autorização prévia e expressa do autor (ou de quem detém os direitos dela).

Os créditos são importantes, claro, mas não substituem a permissão legal.

E as imagens do Google, pode usar?

Essa é clássica. A maioria das imagens encontradas no Google são protegidas por direito autoral. O buscador apenas mostra o conteúdo, mas isso não significa que ele é livre para uso.

Se você quer usar imagens em posts, blogs, vídeos ou materiais publicitários, o ideal é procurar bancos de imagens gratuitos e com licença livre, como:

  • Unsplash
  • Pexels
  • Pixabay
  • Freepik (algumas são gratuitas, outras exigem crédito)
  • Canva (atenção às licenças de uso das imagens premium)

Sempre leia os termos de uso de cada site. Alguns permitem uso comercial, outros não. Outros exigem que você cite o autor.

Como criar conteúdo sem infringir os direitos autorais?

Agora que já deu pra entender o que pode e o que não pode, aqui vão dicas para criar conteúdo seguro e dentro da lei:

1. Crie o seu próprio conteúdo

Parece óbvio, mas é sempre bom lembrar: se você cria, você é o autor. Produza seus próprios textos, fotos, vídeos, músicas, artes. Assim você evita problemas e ainda fortalece sua marca com originalidade.

2. Use bancos de conteúdo com licença aberta

Se não puder criar tudo do zero, busque conteúdos com licença de uso livre. Fique de olho em termos como:

  • Creative Commons (CC) – permite uso, desde que respeitadas as condições (como dar crédito, não usar comercialmente, etc.)
  • Domínio Público – obras cujos direitos já expiraram ou foram cedidos para uso livre

3. Peça autorização

Se você quer muito usar algo específico que encontrou por aí, tente entrar em contato com o autor e peça permissão formal. Pode ser por e-mail, mensagem ou até contrato. Tenha isso documentado.

4. Faça paródias com cuidado

A paródia é uma exceção prevista na lei, desde que não seja cópia fiel e tenha caráter crítico ou humorístico. Mesmo assim, evite exagerar ou desrespeitar o autor original.

5. Sempre revise o que você publica

Antes de publicar, se pergunte: isso foi criado por mim? Eu tenho direito de usar isso? Tem alguma licença que permita o uso? Essa revisão evita muita dor de cabeça depois.

Conclusão

Criar conteúdo hoje em dia é mais acessível do que nunca. Mas com tanto material circulando por aí, é fácil cair na tentação de usar o que já está pronto. Só que respeitar o trabalho dos outros é essencial e também é questão de responsabilidade.

O direito autoral não existe para atrapalhar. Ele serve para proteger a criatividade e garantir que todos possam continuar criando com segurança. E quando todo mundo respeita, todo mundo sai ganhando.

Então, da próxima vez que for usar uma música, imagem ou qualquer obra de outra pessoa, pare e pense: eu tenho autorização para isso?

Se a resposta for “não sei” ou “acho que sim”, melhor não arriscar.

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Quando pensamos em marcas mundialmente reconhecidas, uma das primeiras que vem à mente é a Coca-Cola. Sinônimo de sucesso, inovação e poder de mercado, a marca, no entanto, também já se envolveu em um polêmico caso jurídico sobre plágio. Isso aconteceu em 2014, quando a Coca-Cola enfrentou um processo contra uma marca brasileira que lançou um produto muito similar ao seu, gerando uma disputa judicial que culminou em uma derrota para a gigante do refrigerante.