Litígio de Patentes: entenda o que é e como agir preventivamente

24 out 2025

Criar algo novo, útil e com potencial de mercado exige investimento, tempo e esforço. Mas de que adianta tudo isso se a invenção não estiver devidamente protegida? É aí que entram as Patentes, instrumentos jurídicos que asseguram exclusividade temporária ao criador.

Mesmo com o respaldo legal, nem sempre o direito é respeitado. Casos de uso indevido, cópia, importação ou comercialização não autorizada de produtos patenteados, são mais comuns do que se imagina. Quando isso acontece, o conflito vai parar na Justiça, dando origem ao chamado Litígio de Patentes. Esse tipo de disputa é regulado pela Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/1996) e administrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sendo especialmente relevante em setores como tecnologia, indústria farmacêutica e agronegócio.

De acordo com o INPI, a Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade. Na prática, ela garante ao titular o direito exclusivo de exploração comercial daquela criação, impedindo que terceiros a utilizem sem autorização. Esse direito não surge automaticamente com a ideia: é preciso requerer a Patente formalmente junto ao INPI, que realizará análise técnica criteriosa antes da concessão.

No Brasil, existem dois tipos principais de Patentes:

  • Patente de Invenção (PI): protege soluções novas e originais que representam um avanço tecnológico significativo. Validade de 20 anos a partir do depósito.
  • Modelo de Utilidade (MU): protege melhorias funcionais em objetos de uso prático. Validade de 15 anos a partir do depósito.

Ter uma Patente significa não apenas impedir cópias, mas também abrir oportunidades de negócio. O titular pode licenciar a tecnologia, gerar receitas com royalties ou até vender a Patente como ativo. Para startups, empresas de base tecnológica e indústrias em geral, essa exclusividade é estratégica, pois protege investimentos em pesquisa e desenvolvimento e fortalece a posição no mercado.

O litígio de Patentes ocorre quando o direito de exclusividade concedido ao titular é questionado ou violado, levando a uma disputa judicial. Em outras palavras, é o processo pelo qual se busca resolver conflitos envolvendo Patentes.

Os principais motivos que levam ao litígio incluem:

  • Uso indevido da invenção patenteada: produção, venda, importação ou uso de uma tecnologia protegida sem autorização.
  • Disputa de titularidade: duas ou mais partes reivindicam a autoria ou o direito exclusivo sobre a mesma invenção.
  • Nulidade da Patente: questionamento sobre a validade da Patente concedida, alegando que não atende aos requisitos legais de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.
  • Quebra de contrato de licença: descumprimento de cláusulas de contratos de exploração de Patente, como não pagamento de royalties ou uso fora do escopo autorizado.

Esses conflitos podem ocorrer em grandes corporações, pequenos negócios ou entre inventores independentes, e muitas vezes têm grande impacto financeiro e estratégico.

No Brasil, o Litígio de Patentes segue algumas etapas comuns.

O primeiro passo é a identificação da possível infração. Muitas empresas monitoram constantemente o mercado para verificar se concorrentes estão utilizando tecnologias protegidas. Ao identificar a suspeita, o titular envia uma notificação extrajudicial, solicitando a interrupção do uso indevido ou propondo negociação amigável.

Se não houver acordo, a questão é levada ao Judiciário. O titular pode solicitar medidas como suspensão da fabricação e comercialização do produto infrator, indenização por perdas e danos e apreensão de mercadorias.

A parte acusada, por sua vez, pode contestar, apresentando argumentos técnicos ou jurídicos. Entre os mais comuns estão a alegação de nulidade da Patente ou defesa de inexistência de infração. Nessa fase, entram em cena os peritos judiciais, que analisam aspectos técnicos da invenção e do suposto produto infrator para subsidiar a decisão do juiz.

O processo é, portanto, complexo, detalhado e muitas vezes demorado, envolvendo análises técnicas, documentais e jurídicas.

O INPI é o órgão responsável pela concessão e administração das Patentes, mas não atua diretamente como parte nos processos judiciais. Sua função é administrativa. Contudo, pode ser chamado a fornecer informações ou documentos técnicos que comprovem a regularidade de uma Patente. Além disso, existem procedimentos administrativos dentro do próprio INPI, como o pedido de nulidade de Patente, que também podem gerar disputas.

O Litígio de Patentes no Brasil enfrenta alguns desafios:

  • Morosidade judicial: processos podem levar anos até uma decisão definitiva.
  • Complexidade técnica: muitas vezes é preciso envolver especialistas para analisar se houve ou não infração.
  • Impacto econômico: uma única decisão pode determinar a interrupção da produção ou comercialização de produtos de alto valor.

Por isso, empresas que inovam precisam estar preparadas tanto para proteger suas criações quanto para lidar com possíveis disputas.

Enfrentar um Litígio exige planejamento e apoio especializado. Algumas medidas incluem:

  • Consultar profissionais especializados em Propriedade Intelectual: advogados e consultores que entendem da Lei da Propriedade Industrial e da jurisprudência relacionada.
  • Reunir documentação completa: certificado de Patente, comprovantes de anuidades, relatórios técnicos e evidências que fortalecem a defesa.
  • Avaliar soluções extrajudiciais: muitas vezes, contratos de licenciamento ou acordos podem evitar anos de disputa e custos elevados.
  • Manter monitoramento constante: acompanhar concorrentes e o mercado é essencial para detectar usos indevidos antes que se consolidem.

Agir de forma rápida e embasada garante maior chance de sucesso em uma disputa dessa natureza.

O Litígio de Patentes pode parecer distante, mas é cada vez mais comum em um mercado movido pela inovação. Ele surge quando há conflito sobre a exploração ou titularidade de uma Patente, seja por uso indevido, quebra de contrato ou contestação de validade. Embora complexo e, muitas vezes, demorado, representa a forma legal de assegurar que os direitos de Propriedade Industrial sejam respeitados.

Mais do que resolver disputas, entender e se preparar para o Litígio é reconhecer que a inovação só prospera quando está amparada por proteção jurídica sólida. Para empresas e inventores, requerer Patente corretamente e acompanhar seu cumprimento significa garantir exclusividade, segurança, competitividade e retorno sobre o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Isso mostra a importância de patentear suas invenções para preservar exclusividade e valor da inovação. Antes de lançar produtos, verifique registros existentes e atue de forma preventiva, evitando prejuízos e danos à reputação.

Garanta sua exclusividade, fale com especialistas da P.A. Produtores Associados Marcas e Patentes.

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Quando pensamos em marcas mundialmente reconhecidas, uma das primeiras que vem à mente é a Coca-Cola. Sinônimo de sucesso, inovação e poder de mercado, a marca, no entanto, também já se envolveu em um polêmico caso jurídico sobre plágio. Isso aconteceu em 2014, quando a Coca-Cola enfrentou um processo contra uma marca brasileira que lançou um produto muito similar ao seu, gerando uma disputa judicial que culminou em uma derrota para a gigante do refrigerante.