Marcas registradas que viraram sinônimo de produto

9 set 2025

Você já pediu um Xerox, mesmo que a máquina não fosse da marca Xerox? Ou já disse que queria um Bombril, mesmo que o produto fosse de outra empresa? Esses casos mostram como uma Marca pode alcançar um poder enorme no mercado e virar referência. Quando isso acontece, o nome da Marca passa a representar todo um tipo de produto, independentemente do fabricante, é o fenômeno chamado genericidade de marca ou sinonímia. O fenômeno pode ser positivo, mas vem com risco, e por isso exige cuidado e estratégia.

Esse nível de reconhecimento não acontece por acaso. É fruto de uma construção sólida, que envolve investimento, estratégia de branding e, principalmente, proteção jurídica da marca. Afinal, registrar a Marca é o que garante o direito exclusivo de uso e evita que concorrentes se apropriem indevidamente de um nome já consolidado.

Registrar uma Marca é garantir, por meio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o direito exclusivo de uso de um nome, símbolo, logotipo ou expressão visual que identifique produtos ou serviços. Esse registro garante segurança jurídica e é essencial para construir valor no mercado.

Sem o registro, qualquer outra empresa pode utilizar o mesmo nome, o que gera confusão para o público e pode causar grandes prejuízos. Além disso, com o crescimento da Marca, aumenta também o risco de uso indevido por terceiros, o que pode comprometer toda a credibilidade construída.

Para uma Marca se tornar tão reconhecida a ponto de virar sinônimo de produto, ela precisa atender a alguns fatores importantes:

  • Forte presença no mercado;
  • Exclusividade no uso do nome (garantido por registro);
  • Investimento contínuo em marketing e posicionamento;
  • Inovação ou pioneirismo;
  • Longevidade da Marca.

Esse processo de consolidação pode levar anos, mas é possível e muitos nomes conhecidos hoje seguiram exatamente esse caminho.

A seguir, listamos algumas Marcas 100% registradas e protegidas no INPI, que se destacaram tanto que seus nomes ultrapassaram os limites da Marca e se tornaram parte da nossa linguagem:

Talvez o exemplo mais clássico. A Marca Xerox é uma multinacional criada nos Estados Unidos, especializada em soluções de impressão. No Brasil, o nome virou sinônimo de fotocópia, mesmo que a máquina usada seja de outra empresa.

A Marca registrada da empresa brasileira Bombril é tão presente que o nome se tornou sinônimo de esponja de aço. Criada em 1948, a Bombril investiu em campanhas publicitárias icônicas e se tornou uma das marcas mais lembradas do país.

Lançada pela Nestlé em 1921, a Marca Leite Moça virou sinônimo de leite condensado. A embalagem com a figura da moça camponesa marcou gerações e ajudou a posicionar o produto como referência absoluta no mercado.

No Brasil, o nome Durex é usado para se referir a fita adesiva transparente. No entanto, Durex é uma marca registrada da 3M, criadora da famosa fita Scotch. Curiosamente, em outros países, Durex é uma marca de preservativos, o que mostra a regionalização da linguagem popular.

Criada em 1911, a Marca Catupiry tornou-se sinônimo de requeijão cremoso. O termo “com catupiry” é usado em cardápios de pizzarias, lanchonetes e restaurantes, mesmo quando o produto utilizado é de outra Marca.

O nome Cotonetes é Marca registrada da Johnson & Johnson, mas virou sinônimo de hastes flexíveis com algodão. Apesar de existirem outras Marcas, o nome se popularizou de tal forma que quase ninguém usa o termo técnico para se referir ao produto.

Outro exemplo da Johnson & Johnson. A Marca Band-Aid passou a representar curativos adesivos de forma geral. Mesmo comprando produtos de outras Marcas, as pessoas costumam dizer: “passa um Band-Aid aí”.

O nome comercial do adesivo instantâneo da Loctite (marca do grupo Henkel) ficou tão famoso que virou referência no segmento. O termo é usado como sinônimo de cola forte e a Marca é rigorosamente protegida contra usos indevidos.

Os exemplos acima mostram o que pode acontecer quando uma Marca é bem trabalhada e protegida juridicamente. Sem o registro de Marca no INPI, nenhuma dessas empresas teria controle sobre o uso de seus nomes.

Além disso, há um risco real: quando a Marca vira sinônimo de produto sem proteção adequada, ela pode perder seu valor jurídico e virar nome genérico, o que já aconteceu com Marcas em outros países.

Registrar a Marca é o que garante o direito exclusivo de exploração comercial, permite licenciar ou franquear o uso do nome e protege contra concorrência desleal.

Contar com uma assessoria especializada, como a P.A. Produtores Associados Marcas e Patentes, garante mais agilidade e segurança nesse processo. Afinal, qualquer erro no pedido pode comprometer todo o registro.

Por trás de cada nome que virou sinônimo de produto, há uma história de visão, investimento e proteção. Marcas como Xerox, Catupiry, Band-Aid e Bombril, mostram que quando se acredita em uma ideia, se investe em branding e, principalmente, se registra corretamente, o nome pode ir muito além do esperado.

Registrar sua Marca é estratégia e pode ser o começo de uma história de sucesso.

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Coca-Cola e o Processo de Plágio

Quando pensamos em marcas mundialmente reconhecidas, uma das primeiras que vem à mente é a Coca-Cola. Sinônimo de sucesso, inovação e poder de mercado, a marca, no entanto, também já se envolveu em um polêmico caso jurídico sobre plágio. Isso aconteceu em 2014, quando a Coca-Cola enfrentou um processo contra uma marca brasileira que lançou um produto muito similar ao seu, gerando uma disputa judicial que culminou em uma derrota para a gigante do refrigerante.